Emails claros facilitam a vida a toda a gente. Por isso, decidimos simplificar um dos muitos que recebemos das Finanças. E que todos os contribuintes recebem, embora poucos gostem de os ler. A julgar pelo que vimos, não é difícil perceber porquê.
As Finanças queriam dizer-nos que devíamos entregar a declaração do IVA para o 1.º trimestre do ano. E aproveitar para passar a ideia de que o sistema e-fatura tornava mais fácil cumprirmos as nossas obrigações fiscais. Mas será que conseguiram explicar isso da melhor forma?
O email que recebemos foi este:
Onde estava a informação mais importante?
O assunto dizia “Entrega da declaração periódica do IVA referente ao 1.º trimestre”, mas o email começava por falar em “elementos com relevância tributária” e indicava um prazo que já tinha passado. Ficámos tão confusos quanto assustados. E quisemos ir ao fundo da questão.
Afinal, não nos tínhamos esquecido de pagar nada. Mas o aviso para entregarmos a declaração do IVA, que afinal de contas era o mais importante do email, só vinha no fim.
Por isso, pegámos no email e demos-lhe um tratamento intensivo de clareza:
O nosso tratamento de clareza
Entre outras coisas, aplicámos ao email 3 soluções:
1. Dissemos o mais importante no assunto
Aproveitámos para incluir logo o prazo (“até 15 de maio”) e usámos um verbo no imperativo (“Entreguem”). Assim, mesmo que o contribuinte não chegue a abrir o email, já leu o mais importante e sabe o que deve fazer.
2. Destacámos as vantagens do sistema e-fatura
Porque toda a gente gosta de perceber o que tem a ganhar:
- dedicámos um parágrafo específico às vantagens
- resumimos o parágrafo num título informativo
- apresentámos as vantagens em dois pontos separados.
3. Encurtámos as frases
O contribuinte merece respirar. Por isso, salpicámos o texto de pontos finais. A nossa frase mais longa tem 30 palavras. No original, havia uma frase com 45 palavras e outra com 56. Grão a grão, o leitor ia ficando sem fôlego. E arriscava-se a perder o fio à meada.
Descubra as outras diferenças:
Menos esforço, menos resistência, menos erros
As Finanças querem facilitar a vida aos contribuintes. Sabem melhor do que ninguém que, quando alguma coisa corre mal, os processos são “sempre onerosos para a AT e para as empresas”.
Uma maneira eficiente de facilitar a vida de toda a gente é apostar na clareza. De facto, um contribuinte que compreende à primeira o que se espera dele (e porquê) é alguém que vai:
- conseguir tratar dos assuntos poupando tempo
- ter menos dúvidas e objeções
- cumprir as suas obrigações com menor esforço e menos falhas.