As palavras não são só um comentário sobre a realidade. Também constroem a realidade. Por isso, usar palavras que não deixem ninguém de fora já é um passo para incluir toda a gente.

Para celebrar o dia do orgulho LGBTQIA+, aqui ficam algumas dicas para escrever em linguagem mais inclusiva.

Personalizamos a comunicação

Vale a pena pensar, em cada caso, se conhecemos o género da pessoa (ou pessoas) de quem falamos ou a quem nos dirigimos.

Conhecemos o género? Então é facílimo. Personalizamos:

  • “Cara cliente,” (em vez de “Caro cliente,”)
  • “queremos ajudá-la a” (em vez de “queremos ajudá-lo a”)
  • “a sua filha e os seus filhos” (em vez de “os seus filhos”)
  • “o acórdão foi assinado por três juízas e um juiz” (em vez de “o acórdão foi assinado por quatro juízes”).

Se não conhecermos o género da pessoa (ou pessoas) de quem falamos ou a quem nos dirigimos, então dá um pouco mais de trabalho, mas vale a pena.

Usamos palavras neutras

  • “a sua equipa” (em vez de “os seus colegas”)
  • “vamos dar-lhe uma ajuda” (em vez de “vamos ajudá-lo”)
  • “se não ficar contente com o serviço” (em vez de “se não ficar satisfeito com o serviço”)
  • “é a única pessoa que” (em vez de “é o único que”)
  • “as pessoas que participaram no debate” (em vez de “os participantes do debate”)
  • “quem ler o seu documento vai compreender que” (em vez de “os leitores do seu documento vão compreender que”)
  • “se ainda não sentir segurança para fazer a escalada a sós” (em vez de “se ainda não se sentir seguro para fazer a escalada sozinho”)
  • “deve vir com alguém da sua confiança” (em vez de “deve vir acompanhado de alguém da sua confiança”).

Escrevemos a forma feminina e a forma masculina

  • “deve fazer-se acompanhar de uma advogada ou advogado” (em vez de “deve fazer-se acompanhar de um advogado”)
  • “as alunas e os alunos que quiserem melhorar a nota” (em vez de “os alunos que quiserem melhorar a nota”).

Se precisarmos de poupar espaço, podemos abreviar:

  • “Cara/o cliente,” (em vez de “Caros clientes,”)
  • “deve fazer-se acompanhar de uma/um advogada/o” (em vez de “deve fazer-se acompanhar de um advogado”)
  • “as/os professoras/ores efetivas/os” (em vez de “os professores efetivos”).

Incluímos todas as possibilidades

Nem toda a gente é heterossexual. E nem toda a gente se identifica com o sexo que lhe foi atribuído à nascença. Por isso, incluímos todas as possibilidades:

  • “Nome das mães, dos pais, ou da mãe e do pai” (em vez de “Nome dos pais”)
  • “Nome das pessoas do casal” (em vez de “Nome do marido e da mulher”)
  • “Género feminino, masculino, não-binário ou outro” (em vez de “Género feminino ou masculino”).