Uma carta clara deve ajudar o leitor a não perder tempo. Foi para isso que simplificámos a que recebemos da Direção-Geral de Administração Interna sobre as alterações no recenseamento eleitoral.
Quando mudaram as freguesias, foi preciso atualizar os números de eleitor. Recebemos uma carta a explicar-nos isso e achámos que podia ser mais clara. O desafio foi torná-la mais fácil e rápida de ler, mas sem perder nenhuma informação realmente importante.
A carta era esta:
Não era fácil fazer uma leitura na diagonal
A ideia mais importante até vinha destacada a negrito, o que era muito bom. Mas quem quisesse conhecer o seu novo número de eleitor tinha de chegar até ao talão destacável, lá ao fundo, mesmo no fim da carta.
As outras informações estavam dispersas. O leitor não conseguia escolher o que lhe interessava mesmo ler: tinha de ler tudo para não correr o risco de perder alguma coisa de importante.
Resolvemos simplificar a carta para lhe poupar esse trabalho:
Agora o importante salta logo aos olhos
A carta simplificada permite ler na diagonal: tudo o que é importante está destacado. Quem quiser saber mais sobre cada assunto sabe onde encontrar essa informação e pode ler só o que realmente lhe interessar.
Algumas coisas que mudámos:
1. Sinalizámos o mais importante
Um documento é um caminho que leva o leitor ao destino que escolhemos. Começámos por colocar as placas com as direções ao longo do percurso:
- tornámos o assunto mais específico
- resumimos em títulos a ideia principal de cada parágrafo
- incluímos o novo número do eleitor logo no segundo título.
2. Acabámos com a letra miudinha
O último parágrafo da carta original só se conseguia ler com uma lupa. Na carta que simplificámos, foi promovido à sua condição de igual entre os demais. Se por acaso essa informação não fosse importante, seria melhor retirá-la do que encolhê-la.
3. Tirámos a referência à legislação
Numa carta informativa, o eleitor não precisa de saber que a “reorganização administrativa do território das freguesias foi determinada pela Lei n.º 56/2012, de 8 de novembro”. Tudo o que não é preciso só atrapalha a leitura. E o pior é que as pessoas estão habituadas a não perceber as referências legais, pelo que acabam por ignorar as frases que as contêm.
Descubra as outras diferenças:
Que ninguém deixe de votar!
Acima de tudo, o importante é que ninguém deixe de votar por não saber o seu número de eleitor. Ou por achar que é complicado descobri-lo. Dar a informação de forma mais clara aos eleitores pode ajudar a combater a abstenção e a aumentar a participação cívica.